O Supremo Tribunal Federal (STF) formou, na terça-feira (25), maioria para considerar que não há crime quando uma pessoa carrega consigo uma quantidade de maconha. Entretanto, os ministros ainda não definiram um parâmetro para separar usuário de traficante.
Maconha pode viciar.
A maconha é uma droga e pode, sim, viciar, mas em determinados contextos. No entanto, os especialistas explicam que, entre as drogas, ela é a com menor potencial de risco para o vício.
"No vício, o metabolismo fica estimulado sistematicamente para que você tenha vontade de consumir aquilo do qual você está dependente. Essa não é a resposta do corpo humano à cannabis", explica Lottenberg, acrescentando que há exceções, como fatores genéticos, ambientais e comportamentais.
Ele afirma que o THC, substância presente na cannabis responsável pelos efeitos psicoativos e neurotóxicos, afeta o sistema que regula funções como humor, apetite e memória.
A maconha pode causar transtornos mentais.
Segundo o pesquisador Luis Fernando Tófoli, há estudos que indicam uma tendência à psicose, principalmente em pessoas que usam maconha antes dos 21 anos e com frequência de, pelo menos, três cigarros de maconha ao dia.
“Apesar da estatística, ainda não há como dizer de forma absoluta se as pessoas que depois vão desenvolver psicose têm tendência a procurar maconha ou se elas procuram maconha e isso desencadeia a psicose. Um jovem de 21 anos que usa maconha em alta frequência é um sinal de problema de saúde”, diz.
Maconha pode agravar um quadro de depressão.
O professor de psiquiatria da Unicamp afirma que não há estudos que indiquem depressão como efeito, mas que há dados que mostram que pessoas com depressão podem ter mais dificuldade de sair do estado depressivo com o uso da substância.
O cigarro é mais prejudicial que a maconha.
O cigarro tem potencial de vício e de morte maior que a maconha. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Sobre a maconha, não há casos de morte pelo uso.
No vício, o corpo tem uma necessidade constante daquela substância. No caso da maconha, o corpo não responde dessa maneira na maior parte dos casos.
A médica Carolina Nocetti explica que o risco de vício é de 9% entre os usuários da droga. Já no caso do cigarro, a nicotina tem uma resposta de vício em 90% dos usuários.
Ela lembra que a maconha, frente ao cigarro, é avaliada como redução de danos, mas sem levar em consideração os riscos, como procedência da droga e forma de uso.
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